11 dezembro, 2011

espreito a janela e já te vejo ao longe com as chaves na mão pronto a entrar em casa. sobes as escadas e eu finjo estar a dormir. faço-o tantas vezes,mas não sei exactamente porquê. entras devagarinho e não acendes a luz. a primeira coisa que fazes é dar-me um beijinho na testa e olhar-me uns dois minutos como se fosse a melhor parte do teu dia. vens com um chá na mão e sentas-te ao pé da janela,durante um tempo. dá para te observar. começo a tentar lembrar-me do que reparei em ti em primeiro lugar. talvez os olhos,talvez só o olhar. ou talvez o sorriso. agora num todo conjunto,soa-me tão bem. soa-me a meu. mas não só o olhar ou o sorriso,as tuas manias também. o tirares uma meia de um pé durante a noite,o não saberes estalar os dedos que me custa a acreditar,o dormires com um olho entreaberto. amo-te tanto que até tu tens inveja de não teres um amor tão grande como este. tens à tua maneira,tens como te sabe melhor. como me sabe melhor. e eu gosto de ti assim. quando não mudas por ninguém,nem mesmo por mim. quando te mantens fiel a ti mesmo,quando sabes que vale a pena seres aquilo que és porque basta para me fazer feliz. é disso que eu gosto em ti. devia agradecer-te por me ensinares a pensar da mesma maneira,que acredito que é a mais certa. ensinaste-me que se mudamos por alguém,acabamos por sentir falta das nossas velhas caras. E ainda me disseste mais,que não se trata da palavra "mudar" mas sim do mudar para mil vezes pior. que se o ser assim nos manteve ligados,então o assim basta. e eu acredito,acredito que sim. acredito tanto que já nem outra ideia me faz sentido. acredito que é a maneira que funciona em nós. ora ora,então foste tu que me mudaste para melhor. amo-te tanto que agora levantava-me da cama e sentava-me ao pé de ti a dar-te 3 beijinhos: um no nariz,outro na orelha e outro à tua escolha. ao mesmo tempo que eu acabo os raciocínios,tu  vens-te encostar. deitas-te com roupa,com tudo e pões o teu braço a minha volta. não me mexo,fico apenas a pensar o que será que te fez ter vontade de reflectir na madrugada. a saudade. saudade deste nosso mundo que está sempre aqui,para nós. que nem sei se fomos nós a construí-lo,mas acho que ele se fez para nós,apenas. saudades de estar de mãos dadas com o silêncio. acredito que te deitaste ainda com mais saudade e quero acreditar que adormeceste com vontade de ficar por um bom período de tempo. agora sou eu que preciso de ti,do quarto e de nós os dois,nas noites mais frias com vidros embaciados. sabes,é que começa a custar viver com sede de amor. 

4 comentários:

ines disse...

És a pessoa com mais amor dentro de si no mundo

Emmeline disse...

sempre docinho

marta disse...

ai quiiiiii lindoooooooooooo *.*

Vénus disse...

As tuas palavras estão repletas de amor, afecto, demonstras o sonho de viver um amor. Muitas felicidades *