22 dezembro, 2011

e as vezes que pensas que eu não choro e choro. que todos pensam. E as vezes que pensas que sou de ferro e que subo montanhas e atravesso mares. as vezes que pensas que adoro a noite e que sou capaz de andar na rua sozinha de madrugada. as vezes que sorris a dizer que não sofro por nada,muito menos por amor. as vezes que te calas porque pensas que não preciso das palavras nem das vozes. das tuas diferentes vozes. e muitas mais são as vezes que observo e digiro tudo o que grita aos meus ouvidos. muitas mais são as vezes que visto um casaco e vou olhar as luzes da rua à espera que tudo passe. que tudo passe,tal como veio. as vezes que sussurro para dentro a dizer que está tudo bem,que sou de ferro. gostava tanto que fosses tu a dizer-me que não sou,que me pedisses para chorar dias e noites contigo ao meu lado,mesmo que isso não te deixasse descansar a noite inteira,gostava que me fizesses olhar ao espelho e perguntares-me o que vejo,gostava que soubesses que prefiro a noite quando me fazes sorrir,que prefiro chegar tarde a casa só porque estive a escrever poemas à entrada. Gostava tanto que me visses para além dos casacos,das caras vazias e das mãos nos bolsos. Gostava de poder dizer que me fazes renascer e que enches bem o coração. Gostava de saber o que é andar de mãos dadas contigo,com o pouco amor que enche a casa. Gostava que te apaixonasses todos os dias,como eu já não sei fazer. Não sei se foste tu que me fizeste perder a esperança  no amor,se fui eu que te transformei. Não sei se perdi a voz para as coisas mais simples. Neste momento,só precisava da tua que usaste há tempos atrás que dizia "como um flor nos dias de sol" enquanto me afastavas o cabelo da cara. só precisava que me arrancasses a dor no peito e soubesses onde a pôr,longe de nós. deixaste fugir tudo o que te dei e já não sabes onde me encontrar,nem mesmo quando te olho,olhos nos olhos. sinto tantas saudades tuas,nossas. saudades de te falar ao ouvido e saber que gostas do que ouves. saber que te deixo algures,entre as nuvens e as estrelas. que me agarras a mão para eu subir contigo. sinto tantas saudades minhas,de pintar o céu todas as manhãs para poder sair a rua. sinto falta do chão que piso,que costumava ser tudo menos indiferente. sinto falta de realmente subir as montanhas e atravessar os mares,só por ti,só por ti. 

6 comentários:

sophie disse...

adorei querida :)

Inês disse...

lindo :)

cláudiagomes. disse...

ESTÁ LINDO, PERFEITO.

Anónimo disse...

Por vezes o que pensam de nós é completamente o oposto da realidade .

ines disse...

Joaninha, estás bem?

karina disse...

tão puro :) amei.