01 outubro, 2011

costumo passear muitas vezes na areia. as vezes logo pela manhã quando sinto que o meu lugar não é em casa e de outras vezes,prefiro ao fim da tarde quando começa a ficar limpa de almas e eu entro em cena. quando prefiro ficar cara a cara com a paisagem do que ter olhares suspeitos. enquanto passeio, imagino como seria num desenho. eu e isto. eu comprava-o se o visse nas ruas. talvez esta certeza é que me dá mais vontade de voltar sempre mais,cada vez com mais frequência e necessidade. sou feita das cores da praia,da do mar principalmente. então quando se lembra de ficar dourado...encho. quando tenho a cabeça mais vazia do que o normal, a única coisa que me resta é sonhar com o que se poderia fazer lá dentro,durante horas sem ter a casa de regresso. desenhar corações debaixo de água que se desfazem num segundo. sei o que mereço e sei que esses dias se fossem reais iam ser bem entregues. não haveria melhor pessoa para cuidar deles,não havia e o mar sabe disso. o grande senão é que costumo querer sempre mais,e esse mais será outro coração a partilhar comigo as ondas douradas. esse coração raro que tem dificuldade em fazer amizade com o meu. talvez porque o meu mostra demasiado,talvez porque se parte em cacos. mas olha,tu aí,ele também se cola sozinho. nunca por ninguém. e espera espera ter sempre força para isso. há mesmo coisas que não se percebem e uma delas é o mar não realizar desejos. já que nos ouve tão bem e nos cura algumas feridas,porque não dar-nos algo de mão beijada? não sei procurar e nem gosto. prefiro dizer que vem com o vento e assim dou ainda mais importância quando vêm. sei que terá aquele tal motivo. mas eu canso-me de repetir a mesma frase e enquanto a repito,começo a ver sorrisos ao longo dos meses nos meus,nos meus tesourinhos. parece que a frase não funciona do meu lado e que eu não sou feita do destino. já conheci muitos corações bastante perto dos raros. mas o que é isso de ser perto do raro? ou é ou não é. nunca soube explicar mas de uma coisa tenho a certeza,se não fossem diferentes,nunca me tinham pertencido. já me disseram em papelinhos que sou uma pedra preciosa. gostei tanto de ouvir que quis colar aquela frase num sitio bem visível de mim. mas,quem está aqui para me dar luz e para me pôr na montra da felicidade? ninguém está. se as pedras preciosas não encontram o que lhes pertence,então para quê o nome? tenho um nome especial ainda na minha gaveta que tenho medo de voltar a experimentar. nem ele sabe que o é. nem ele sabe que está perto de ser o tudo. muito perto. até já me questionei se esse bocado que falta não tenho que ser eu a encher. e já pensei também que só o descubro se quiser o tal nome no meu pensamento ao deitar e ao acordar todos os dias. pensando bem,que nostalgia. pensando mesmo mesmo bem,sinto que tenho horas e horas por reconquistar. não quero que o meu coração te mude. estás bem assim,nem exijo muito mais. mas tenho medo que o meu coração te mude um dia. as pedras preciosas ofuscam,e podem-te ofuscar até te perderes. é melhor quando voltares a ouvir os meus passos,não me olhares nos olhos. é melhor encher-te primeiro o coração raro para que quando olhares,saberes que fizemos um bom trabalho. que a pedra já não ofusca,só se enche de cor. 

12 comentários:

Rachel disse...

amei :)

Rita Q. disse...

uau, uau, mil vezes. que lufada de ar fresco <3

Unknown disse...

awwww, és linda *

Rosarinho disse...

está tão suave e natural, apaixonei-me mais uma vez*
um beijinho c/ sabor a caramelo :)

mary disse...

lindo,lindo:)

inês disse...

é verdade. obrigada joaninha-linda!

claire disse...

muito obrigada joaninha, e isto aqui está tão lindo como sempre:)

ana disse...

olha, está lindo :o

Rita Q. disse...

que linda, joaninha <3

beatriz disse...

- oh que liindo fofinha :33

maria gabriella disse...

gosto tanto! :)

ines disse...

Se ainda conseguisse arranjar palavras para ti.. Ai joaninha, és o amor em pessoa