Tocaste-me com os olhos. Tocaste ainda com mais vigor no vidro da minha janela. Deixas-te as tuas impressões que por mais que lave ainda sei dizer onde começam e onde acabam. Parece que vens cá todos os dias as escondidas marcá-las depois de eu virar as costas. E depois de olhar para elas,fecho a janela com medo que voltes a entrar. Com a ilusão que só estás apenas do lado de fora. Recuso-me sempre a olhar em frente,em olhar para todas as janelas meio abertas. É como se todas soubessem porque razão a fecho. Os meus vidros tornaram-se resistentes a todas as tuas dedadas. Nem os treinei para isso,mas eles vão mudando comigo. É o único mistério que já não consegues perceber sozinho. Deixa-me refrescar a casa,deixa-me estar nela e ser dela. Deixa-me abrir a janela e não me importar com os ventos que correm. Deixa-me ver o reflexo da rua e não de todas as tuas imperfeições. Toca a campainha se quiseres,mas não deixes os teus vestígios que mais se notam de noite. Sê breve na minha vida,vai-te de rompante. Este meu mundo novo,feito de branco e transparente só me pertence a mim e não de todas as janelas que me olham quando eu as olho. Cansei-me de te olhar,cansei-me dos olhares. Agora apenas sinto e toco,naquilo que identifico. E tu,és só uma sombra que não sei tocar. nem amar.
10 comentários:
o problema é amar essas sombras ...
belissimo, belissimo!
lindo!
pois é, mas as vezes cansa um pouco certas atitudes..
Fantástico Joaninha*
uaaau
nem mais joana, nem mais
uma delicia
adoro :)
fantástico, fantástico!
Que saudadinhas que já tinha deste teu canto adorável!
Mais um texto repleto de beleza, adoro beijo!
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